SAYANE
Entrevistas com jovens
TRABALHAR É MUITO BOM
A experiência anterior ajudou, e Sayane já começou no setor de cosméticos, inicialmente para organizar os produtos. Logo foi promovida: suas habilidades mostraram que pode ser a responsável pelas etiquetas de preços, desde o computador até a estante do produto.
Disposta e sempre animada, é um bom exemplo para quem se deixa levar pelo mau humor. Chega ao trabalho no horário, de carona ou de ônibus. "Ficar em casa, olhando parede não dá certo. Trabalhar desenvolve a gente. E assim também posso ajudar minha mãe", diz Sayane, compenetrada em sua função.
Sayane valoriza o estudo. Faz o EJA (Educação para Jovens e Adultos) na Escola Especializada Primavera, todas as manhãs.
Além do trabalho no supermercado e da escola, ela ainda faz teatro, teclado e dança do ventre. Segue novelas e encontra tempo na agenda cheia para dar atenção ao namorado, que vê menos do que gostaria. Diz que tem um pouquinho de Síndrome de Down, e que isso não lhe traz dificuldades. E quando perguntada no que é boa, responde decidida: "Sou boa em vencer!"
Sayane é modelo de superação. Contratada inicialmente pela lei de cotas, foi cativando amigos, provando sua capacidade e agora é encarada como mais uma funcionária. E é bem isso que todas as pessoas com deficiências esperam ao entrar no mercado de trabalho: serem tratadas com respeito e igualdade.