SEU BEBÊ - A vocês, mães
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A vocês, mães
Neste momento o mais importante é você
Querida amiga,
Acaba de ter um bebê, algo que não se tem todos os dias, e acabam de lhe comunicar que ele tem síndrome de Down.
Talvez note que a alegria de ter um filho tenha sido turvada pelo fato de que seu bebê tem síndrome de Down e lhe chateie que a alegria tenha se convertido, talvez, em dor e preocupação.
Talvez se sinta confusa, atordoada. Que sua cabeça não imagine nada além de pensamentos e idéias desagradáveis. Talvez não seja isso que aconteça, e você só veja que o filho que desejava já está junto de você. Tomara que seja assim. De qualquer maneira, não se envergonhe nem se sinta mal se notar que, lá no mais intimo de você, surgem sentimentos e perguntas incontroláveis.
Por que? Por que comigo? Não vou poder resistir. Não estou preparada. O que vai ser de meu filho?
Não se sinta envergonhada. Muitas de nós pensamos isso antes de você. Agora pense principalmente em você e em seu filho, e nós, neste momento, nos limitamos a saudar-lhe e dar-lhe um abraço muito forte e muito sincero e a lhe acompanhar à distância.
Você chegou em casa e, se já tem filhos, a casa cai, mais que nunca, em cima de você. Além disso, seu filho/ é o primogênito? E não sabe o que é melhor, se ir para a casa de sua mãe ou pegar um avião e não voltar, ou simplesmente pôr-se a chorar enquanto passa pela soleira da porta e não parar nunca...porque não lhe dá vontade de fazer outra coisa.
No entanto, você se olha no espelho (algo que, curiosamente, fazemos nestas circunstâncias) e simplesmente não se vê, porque na realidade não sabe o que pensar de você mesma.
Além disso, lhe doem os pontos que levou depois do parto e o ventre, porque pensará: “ tudo isso... para isso?” E não deixará de repetir: “ não vou poder com ele, não tenho condições de seguir adiante, como é possível, que vou fazer, por quê, por quê... e então chorará outra vez.”
Por tudo isso e porque suas circunstâncias são mais dignas de louvor que as de qualquer outra mãe, tem que ser consciente que neste momento, VOCÊ É O MAIS IMPORTANTE. Acima de seus outros filhos (se os tem), acima de seu marido, de sua casa, de seu trabalho e acima deste bebê, que talvez você nem saiba como pegar em seus braços, porque ele escorrega... VOCÊ É O MAIS IMPORTANTE
1 – O primeiro que lhe aconselhamos é que comece a recorrer a outras pessoas como nunca tinha feito até agora. Peça ajuda, sem trégua, em primeiro a seu marido, e também aos avós, mãe ou irmã, amiga ou cunhada, empregada, vizinha.
Se ninguém puder lhe dar uma mão (coisa pouco habitual nestas circuntâncias) NÒS TENTAREMOS.
2 – É possível que o bebê tenha ficado no hospital por alguma causa:
- baixo peso (algo habitual);
- problemas cardíacos ou respiratórios (bastante comum nestes casos)
- porque tem que se alimentar por via parenteral (se o peso do bebê é muito baixo)
- hérnia umbilical (este aspecto é muito comum em todo o tipo de crianças com ou sem SD)
- dificuldades no processo de digestão de alimentos (às vezes demoram um pouco mais)
- anomalias na evacuação ou atraso na expulsão do mecônio (é algo que se vigia muito e é muito importante)
- enfim, causas igualmente aplicáveis a qualquer recém nascido, porém o fato de que ele tenha síndrome de Down obriga os médicos a estarem mais alertas (alguma vantagem tínhamos que ter)
APROVEITE ESTE TEMPO COMO QUISER E DESCANSE À NOITE
NÃO SE SINTA UMA MÃE MÁ POR DORMIR, SE PODE FAZÊ-LO
Você é a melhor e está fazendo o melhor para você e, portanto, para o seu bebê. LEMBRE: Se você está bem, isto repercutirá positivamente no bebê.
3. Reiteramos a importância de DORMIR o quanto puder. Isto você deve levar muito a sério. Durma com ajuda (de remédios se necessário, mas consulte antes um médico) ou sem ela, mas DESCANSE. Se você vai alimentar o seu bebê, providencie para que, depois de amamentá-lo, outra pessoa fique com ele e DESCANSE.
A amamentação natural oferece grandes vantagens, exatamente num caso como este. Porém, se não puder ou não quiser amamentá-lo NÃO SE SINTA CULPADA
Pode dar-lhe mamadeira como a qualquer bebê e se em algum momento se sente desanimada, não se preocupe se outra pessoa o fizer em seu lugar. Alguns bebês são muito lentos para comer e conseguem acabar com a paciência de qualquer mãe.
4 – Deveria começar a tomar um composto vitamínico e mineral. E caso se sinta particularmente deprimida, fale com seu médico e ele lhe aconselhará sobre a melhor solução.
Não esqueça que depois de ter um filho, todos os hormônios de seu organismo se alteram e só passados outros 9 meses, o corpo recupera totalmente seu equilíbrio
Nos primeiros três meses é bem conhecida a “depressão pós-parto”. Todo o processo de gravidez e parto leva a profundas modificações hormonais, que, no entanto, voltam a se restabelecer, podem originar desajuste no organismo tanto a nível cerebral-psíquico (choro, tristeza, ansiedade, nervosismo, falta de forças, insônia, etc) como a nível físico (cansaço, sono, dores no abdômen, ovários, pernas, costas, etc)
A tudo isso somam-se as circunstâncias. E o resultado não é muito alentador no princípio.
Pouco a pouco, e quando realmente se sinta com força mental para isso, tente analisar a situação.
O que existe diante de você é um desafio. E sabemos que, mais cedo ou mais tarde, sem angústia, sem pressa, em seu próprio tempo, o tempo que você precise, nem mais nem menos, conseguirá se recuperar.
Escreveu um grande humanista espanhol que a inteligência se media na capacidade de adaptação do ser humano a mudanças. Você é inteligente e pode com isso e muito mais.
E se não pode agora, com o tempo vai poder.
Tradução para Canal Down21: Débora Gaiad